segunda-feira, abril 28, 2008

"Admirável Mundo Novo"


«O governo por meio de cacetes e de pelotões de execução, de fomes artificiais, de detenções e deportações em massa não é somente desumano (parece que isso não inquieta muitas pessoas, actualmente); é - pode demonstrar-se - ineficaz. [...] Um estado totalitário verdadeiramente "eficiente" será aquele em que o todo-poderoso comité executivo dos chefes políticos e o seu exército de directores terá o contrôle de uma população de escravos que será inútil constranger, pois todos eles terão amor à sua servidão. Fazer que eles a amem, tal será a tarefa, atribuída nos estados totalitários de hoje aos ministérios de propaganda, aos redactores-chefes dos jornais e aos mestres-escolas.»

Prefácio a "Admirável Mundo Novo" - Aldous Huxley 1946
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domingo, abril 27, 2008

Al Gore: New thinking on the climate crisis

Frases: "para resolver a crise climática, é preciso resolver a crise da democracia", é necessário um empenhamento cívico muito intenso;

Desta vez, as propostas de Gore parecem mais sólidas: propõe imposto sobre emissões CO2. Ainda assim, este tipo de medidas é claramente insuficiente.
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sábado, abril 26, 2008

"Our Final Century" de Martin Rees

Martin Rees, astrónomo, actual presidente da Royal Society, escreveu um interessante e perturbador livro cujo título é "O Nosso Século Final - sobreviverá a Civilização ao século XXI?" (apresentação em vídeo).

No mesmo sentido, o diário britânico "The Guardian" lançou um inquérito a 10 cientistas sobre os maiores perigos que a Terra e a Humanidade poderão enfrentar e a probabilidade de ocorrerem. O perigo é classificado numa escala de 1 a 10 ( corresponde à extinção da raça humana) e a probabilidade, de extremamente baixa a muito alta. O nível 10 é atribuído apenas à hipótese, extremamente remota (uf!), de a Terra ser engolida por um buraco negro.



Uma nota curiosa é o perigo de robots super-inteligentes virem a tomar o poder (à semelhança do filme "The Terminator"). A probabilidade de isto ocorrer nos próximos 70 anos é classificada como elevada e o perigo de nível 8 (curiosamente superior à das Alterações Climáticas, de nível 6).Na obra de Rees, estes mesmos perigos são abordados com detalhe. Alguns desses riscos são mínimos, mas dão-nos uma perspectiva interessante sobre a nossa posição no Universo.

Outros riscos estão directamente relacionados com as actividades humanas:

«Environmental changes induced by human activities, still poorly understood, may be graver than the "baseline" threats from earthquakes, eruptions, and asteroid impacts».

É significativo que as alterações ambientais possam representar maior perigo que o impacto de asteróides.
[Escala de Risco de Impacto de Asteróides - Escala de Turim
]

O objectivo da obra é alertar para os perigos que a Terra enfrenta, nomeadamente os resultantes da investigação científica, e lançar o desafio para um maior envolvimento da comunidade científica com o resto da sociedade e vice-versa, à semelhança do que ocorreu com as "Pugwash Conferences" perante o perigo de holocausto nuclear.



The Doomsday Clock

Estamos a entrar numa era em que as ameaças poderão provir não apenas de Estados, como no passado, mas de grupos ou indíviduos isolados com acesso a tecnologia com grande potencial de destruição. Essa tecnologia, seja nuclear, química ou biológica, está cada vez mais acessível à escala planetária.

«We are entering an era when a single person can, by one clandestine act, cause millions of deaths or render a city inhabitable for years, and when a malfunction in cyberspace can cause havoc worldwide to a significant segment of the economy [...]. Indeed, disaster could be caused by someone who is merely incompetent rather than malign»

Isto levanta questões transcendentais em matéria, por ex., de política internacional. Nomeadamente, que é extremamente perigoso que as potências com maior responsabilidade, como os EUA, e a UE também, continuem a alienar uma parcela crescente da Humanidade, seja por intervenções armadas, seja por políticas como a do incentivo aos biocombustíveis, cujo o único fito é o mero interesse próprio, sem consideração pelos destinos dos outros.

Nesta obra levantam-se uma série de questões sobre ética e os limites à investigação científica, o fim da ciência, a exploração do espaço, universos paralelos (vídeo), um futuro pós-humano, etc..

Uma nota curiosa e ao mesmo tempo assustadora tem a ver com certo tipo de experiências. Os cientistas chegam a calcular as probabilidades de certo tipo de experiências, na investigação sobre fusão nuclear por exemplo, poderem representar perigo em termos de destruição do planeta e até do próprio Universo!
Um livro assaz curioso!

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sexta-feira, abril 25, 2008

Biocombustíveis: alguns dados interessantes.


Este artigo no Worldwatch Institute fornece alguns dados interessantes sobre a problemática dos biocombustíveis. A ideia de que os biocombustíveis seriam a solução para nos livrarmos do petróleo e resolver as emissões de GEE revelou-se afinal um fiasco. Apesar dos avisos de alastramento da fome, "um tsunami silencioso", atribuído em parte ao desvio de culturas alimentares para a produção de combustível para transporte, a verdade é que não representaram mais que 1.5% da oferta global de combustíveis líquidos:

«
biofuels accounted for 1.5 percent of the global supply of liquid fuels» Ou seja, está longe de representar uma alternativa e já está a causar uma catástrofe.

Por outro lado, longe de constituir uma solução sustentável para os transportes, os biocombustíveis serão ainda mais nefastos que os combustíveis fósseis:


«Recent studies conclude that clearing grass and forestlands to produce ethanol and other biofuels could potentially double the output of green­house gas emissions instead of reducing them, as previously thought.»

Para um interessante dossier sobre este tema, ver "Porque não vão os biocombustíveis salvar o Planeta".

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Aumento acentuado de emissões em 2007

Segundo a agência norte-americana NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), as emissões dos gases com efeito de estufa (GEE) Dióxido de Carbono (CO2) e Metano (CH4) aumentaram acentuadamente em 2007. A rápida industrialização da Ásia é apontada como uma das causas. A tão gabada globalização económica está a ter esta consequência menos óbvia para alguns.
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terça-feira, abril 22, 2008

Abaixo o Dia da Terra!

Esta ideia de celebrarmos o dia da Terra, em que se apela a que salvemos o Planeta, em que os "media" falam do perigo do degelo no Árctico para os ursos polares, sem que, contudo, reflictamos seriamente sobre as causas e as consequências, como se a espécie humana - embora os cientistas afirmem que entrámos na Era do Antropoceno - fosse algo exterior a tudo isto. Este artigo, meio a brincar, como diz o autor, mas simultaneamente muito a sério, contesta esta ideia de salvar a Terra, quando o que está em causa é salvar-nos a nós próprios enquanto Humanidade.
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quarta-feira, abril 16, 2008

Petróleo ultrapassa 115 US$/barril

A ascensão do preço do petróleo em 2008 já vai em 20%. Hoje bateu novo recorde, ao atingir 115,07 dólares por barril. E não deverá ficar por aqui. No entanto, as medidas de política energética como o PNAEE, são muito incipientes perante a dimensão do problema que iremos enfrentar.
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terça-feira, abril 15, 2008

Emissões de CO2

Um pouco por todo o lado - EUA, RU, China, Índia - estão em concurso ou construção novas centrais eléctricas a carvão, o combustível fóssil mais poluente (o dobro em relação ao gás natural). Isto devia ser motivo de preocupação. James Hansen tem sido incansável na sensibilização de governantes para este problema.
As citações são retiradas desta carta ao Governador do Nevada.



«A direct implication is that we cannot be aiming for a 50, 80 or 90 percent reduction of emissions. We must transition over the next several decades to practically zero net CO2 emissions. Thus our energy focus must be to develop renewable energies and energy efficiency.»




«There is no such thing as “clean coal”»



«One reason that the cost of coal has been shooting up is that coal is a finite resource requiring increasing efforts for extraction. The notion that the United States has a 200-year supply of economically extractable coal is a myth
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